Mãe etíope defende adoção de filha por Angelina Jolie

A mãe de um bebê etíope adotado pela atriz norte-americana Angelina Jolie negou no sábado que tenha tentado impedir a adoção, e disse que estava feliz que sua filha tenha encontrado o lar de uma estrela de Hollywood.

Em entrevista em sua pequena casa na cidade de Awasa, sul do país, Mentewab Dawit rejeitou reportagens de jornais dos Estados Unidos e Europa esta semana, que afirmaram que ela queria o retorno de Zahara, de dois anos, para a Etiópia.

Suas palavras foram distorcidas, disse ela, por "chamados jornalistas", que teriam conversado com ela e alegaram que trabalhavam para a atriz ganhadora do Oscar.

"Nunca criei disputas com a adoção", disse Mentewab à Reuters. "Foi um erro. Foi algo que eu nunca disse."

Na quinta-feira, a agência etíope que organizou a adoção disse que ela era "legal e irrevogável" e que a avó de Zahara havia dito a um tribunal de Adis-Abeba que sua filha estava morta.

CASA DE CHÃO DE TERRA BATIDA

Em entrevista no sábado em sua casa de chão de terra batida, iluminada por uma única lâmpada, Mentewab disse que fugiu de casa cinco meses depois de dar à luz, porque não tinha comida para o bebê. "Decidi fugir em vez de vê-la morrer", disse ela.

Sua mãe procurou por ela durante meses nas redondezas de Awasa, a 270 quilômetros ao sul da capital, mas acabou concluindo que ela estaria morta e entregou o bebê para adoção.

Jolie, que também trabalha como embaixadora da boa vontade para a agência de refugiados da ONU, a UNHCR, adotou o bebê em julho de 2005. Ela havia adotado um refugiado cambojano, Maddox, três anos antes.

"Acho que minha filha é um ser humano muito afortunado por ter sido adotada por uma senhora famosa no mundo todo", disse Mentewab.

"Eu desejo a eles todo o sucesso que merecem."

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