Angelina Jolie evita perguntas políticas em Cannes

CANNES - Exuberante num vestido leve e curto que ressaltava a gravidez de gêmeos, Angelina Jolie falou a um pequeno grupo de jornalistas sobre sua participação na animação Kung Fu Panda, nesta sexta-feira.

Na fita, exibida fora de competição em Cannes, ela empresta sua voz à personagem da Tigresa, um dos animais que ajudam o gordinho e preguiçoso anti-herói panda (voz do comediante Jack Black) a se tornar um lutador de kung fu de verdade. A Tigresa é uma personagem determinada que nunca se cansa de trabalhar em prol do grupo.

Como uma das atrizes mais requisitadas do cinema atual, no momento impossibilitada de viver experiências reais mais arriscadas em filmes de ação, consegue conciliar trabalho e planos de família?

- Nesse caso fui muito privilegiada. Estou com todo o corpo parado, o que para mim é muito difícil, e joguei todos os esforços para a voz e imaginação - disse a atriz.

- Na verdade, minha agenda profissional parece mais cheia do que realmente é. Tenho sorte de ter longos intervalos entre as produções e assim poder me dedicar aos meus filhos - completou ela.

Foi neles, inclusive, que ela garante ter pensado para configurar o jeito e a voz da Tigresa.

- Além de mim, é claro, que sou uma eterna criança - ela brinca. - O fato é que lá em casa, somos todos fãs dos desenhos da DreamWorks (produtora da fita e de sucessos como Shrek) e logo pensei que meu filhos poderiam ser muito rigorosos e exigentes quanto a minha participação em Kung Fu Panda, do modo como pensei a personagem.

A animação se passa numa China secular e repleta de tradições, a exemplo das artes marciais, o que leva a conversa na direção do ativismo da atriz em causas humanitárias.

Mas Angelina evita se aprofundar no caso da luta pelos direitos humanos na China e os recentes embates com o Tibete.

- Acho muito arriscado falar alguma coisa deste lado do mundo, nosso entendimento ocidental é pequeno diante dessa questão complexa.

E continuou: "prefiro não dar uma declaração superficial ou ser equivocada, pois não tenho conhecimento suficiente do problema."

Uma jornalista mexicana lembrou que o sub-comandante Marcos, líder do movimento zapatista no México, disse num livro publicado recentemente que admirava a atriz, suas causas e a convidava para um encontro em Chiapas.

- Eu não sabia disso - declarou a atriz.

- Mas claro que conheço o movimento e pelo que luta. Ela simpatiza com o movimento? - Mais uma vez é necessário cautela, pois sempre há dois lados numa luta; mais que isso não posso falar - finalizou.

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